Dois textos para um feriado

o Mar, segundo Guimarães Rosa

Mãe, o mar é aquilo que a gente saudade?
(João Guimarães Rosa in Manuelzão e Miguilim)

o Mar, segundo Eduardo Galeano

Diego não conhecia o mar. O Pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.

Viajaram para o Sul.

Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.

Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fugor, que o menino ficou mudo de beleza.

E quando finalmente coseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:

– Me ajuda a olhar!
(Eduardo Galeano in O Livro dos Abraços)

Um comentário sobre “Dois textos para um feriado

  1. Luiz Carlos disse:

    Há muito tempo procurava lembrar essa segunda história. Ficou uma lembrança de algo maravilhoso, mas que já havia caído no esquecimento. Está sendo muito bom reler o texto do encontro de filho e pai. “Me ajuda a olhar!” é uma expressão linda. É para guardar.

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