FGV Arte realiza exposição sobre Brasília com 80 artistas

Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a FGV Arte realiza a exposição “Brasília: a arte da democracia” de 12 de abril e 14 de julho de 2014 no Rio de Janeiro.

Durante os últimos quatro anos, o curador levantou extenso material sobre a capital federal e reúne na mostra artistas das cinco regiões do país, que recorrem a uma vasta diversidade de técnicas e modos de vivenciar a arte, “como “exercício experimental da liberdade” (Mário Pedrosa)

Entre os artistas participantes estão: Ailton Krenak, Alberto da Veiga Guignard, Anna Maria Maiolino, Athos Bulcão, Bené Fonteles, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Dadá do Barro, Daiara Tukano, Dona Severina, Edu Simões, Fernando Lindote, Grupo Poro (Brígida Campbell + Marcelo Terça-Nada), Jonathas de Andrade, Lina Bo Bardi, Lucia Gomes, Lucio Costa, Marcel Duchamp, Marcela Campos, Marcelo Brodsky, Marcio Borsoi, Maria do Barro, Maria Martins, Milton Guran, Nicolas Behr, Oscar Niemeyer, Patricia Bagniewski, Pedro Motta, Ricardo Stuckert, Roberto Burle Marx, Rosângela Rennó, Rubem Valentim, Siron Franco, Usha Velasco, Vik Muniz, Wagner Barja e Zuleika de Souza.

A Exposição conta com 180 produções de 80 artistas, incluindo o croqui do plano piloto assinado por Lúcio Costa e o manuscrito de Oscar Niemeyer sobre o monumento JK. Na mostra também é possível ver o diploma de Candango, conferido pelo então presidente e responsável pela construção de Brasília, Juscelino Kubitschek (JK), aos operários que levantaram a cidade do zero.

“Brasília teve um longo batismo de fogo contra o autoritarismo, golpes e tentativas de abolição do Estado de direito. Com a resistência aos ataques à sede dos três poderes, Brasília conquistou seu título de capital republicana, democrática, enfim, agora também a capital moral do Brasil e sua voz luminosa é a Constituição cidadã de 1988”, comentou o curador da exposição.

Um dos testemunhos mais contundente de amor à capita federal foi o de Vera Brant, nascida em Diamantina (MG), e falecida em Brasília, em 2014. Vera se mudou para a cidade em 1960 e lá construiu a sua vida como servidora pública e depois empresária do ramo imobiliário, após a perda do seu cargo com a chegada dos militares ao poder em 1964.

Na cidade consolidou uma trajetória como pessoa influente nos círculos político, intelectual e cultural nacional. Além de amiga e confidente de JK, Vera também teve um papel de destaque na criação da renomada Universidade de Brasília (UnB), ao lado do também amigo Darcy Ribeiro. Com as inúmeras cartas trocadas, com o também mineiro Carlos Drummond de Andrade, Vera Brant compilou e publicou vários livros, nos quais traçaram um panorama histórico da conturbada e rica vida política e cultural da época.

Nas palavras de Paulo Herkenhoff, Vera Brant “foi o primeiro e generoso periscópio para enxergar Brasília como uma rede extratemporal e extraterritorial”, unindo nomes, como: JK, Niemeyer, Athos Bulcão, Darcy Ribeiro, Wladimir Murtinho, UnB, Gilmar Mendes, Zanine Caldas, Rubem Valentim e Galeno.

A versatilidade cultural, social e posicional de Vera ajudou a guiar o grupo curatorial na construção de uma imagem bem particular de Brasília, tão fortemente masculina no exercício do poder, mas também muito feminina em sua receptividade e criatividade. A cidade pariu artisticamente as escultoras Maria Martins, Mary Vieira, Marianne Perretti; as ceramistas Karajá, até o núcleo de artesãs e escultoras de Planaltina.

Sobre a cidade, o poeta cuiabano nascido em 1958 e radicado na capital federal desde a adolescência, Nicolas Behr, que também está na mostra, afirmou: “Brasília precisa da arte para se desvincular do poder e, finalmente, virar Braxilia”. A frase foi retirado do livro “Braxilia: não-lugar”, publicado pela editora Fósforo.

Serviço:

O que: Exposição “Brasília: a arte da democracia”
Curadoria: Paulo Herkenhoff

Onde: FGV Arte – Praia de Botafogo, 190 Rio de Janeiro/RJ – Brasil
Abertura: 12 de abril, 18h.
Visitação: até 14 de julho de 2014.

Artistas que integram a exposição:

Adriana Vignoli, Adriane Kariú, Ailton Krenak, Alberto da Veiga Guignard, Alexandre Murucci, Alfredo Ceschiatti, Anna Maria Maiolino, Athos Bulcão, Bené Fonteles, Benjamin Silva, Bernardo Figueiredo, Bruno Faria, Bruno Giorgi, Carlos Zilio, Chico Silva, Christus Nóbrega, Cildo Meireles, Dadá do Barro, Daiara Tukano, Dirceu Maues, Dona Severina, Edu Simões, Evandro Prado, Evandro Teixeira, Fernando Lindote, Francisco Galeno, Fred Lamego, Fulvio Roiter, Gabriela Biló, Grupo Poro (Brígida Campbell + Marcelo Terça-Nada), Gu da Cei, Hal Wildson, Helô Sanvoy, João Angelini, Joaquim Paiva, Jonathas de Andrade, José Roberto Bassul, Juvenal Pereira, Kurt Klagsbrunn, Leonardo Finotti, Lina Bo Bardi, Lucia Gomes, Luciana Paiva, Lucio Costa, Luiz Mauro, Marcel Duchamp, Marcela Campos, Marcelo Brodsky, Marcio Borsoi, Maria do Barro, Maria Martins, Marianne Perretti, Mary Vieira, Milton Guran, Milton Ribeiro, Nicolas Behr, Orlando Brito, Oscar Niemeyer, Patricia Bagniewski, Pedro Motta, Rafael Pagatini, Reynaldo Candia, Ricardo Stuckert, Roberto Burle Marx, Rosângela Rennó, Rubem Valentim, Sergio Adriano H, Sérgio Rodrigues, Siron Franco, Talles Lopes, Usha Velasco, Vik Muniz, Vitor Schietti, Wagner Barja, Xadalu, Yolanda Freire, Zanine Caldas e Zuleika de Souza.

Informações completas sobre a exposição: https://portal.fgv.br/noticias/brasilia-arte-democracia-fgv-inaugura-exposicao-sobre-capital-federal-sua-sede-rj

 

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